sábado, 13 de novembro de 2010


Aprendera que para estampar risos, antes era necessário nublar-se com as lágrimas. Que para enfeitar o olhar com estrelas faiscantes, antes era necessário adorná-lo com cinza. Que para pincelar alegria, antes era necessário colorir-se com nuances de tristeza.
Aprendera que para admirar o arco-íris, antes era necessário banhar-se no frio da chuva graúda. Que para iluminar-se com um Sol imponente, antes era necessário caminhar por entre a escuridão taciturna. Que para colher flores, antes era necessário ferir-se com os espinhos.
Aprendera que para esticar horizontes, antes era necessário passear por estradas amiúde. Que para desejar o céu azul, antes era necessário aceitar o azul adormecido em esmorecimento. Que para enxergar a beleza que costura o cotidiano, antes era necessário garimpar o belo no singelo.
Aprendera que para conquistar a glória de uma vitória, antes era necessário conhecer o fracasso das derrotas. Que para realizar sonhos, antes era necessário encontrar-se com a realidade. Que para erguer-se, antes era necessário arrastar consigo tropeços.
Aprendera que para continuar aprendendo, antes era necessário querer além, sem medo do mais...


Janete Andrade

http://baile-de-palavras.blogspot.com/

Um comentário:

Fernando Serra disse...

Isso é bem intenso...
Curti o texto, não é seu?
Obrigado por me visitar, retomei a atividade agora, depois de séculos parado!

Gracias.